- Área: 4400 m²
- Ano: 2016
-
Fotografias:Roland Halbe
-
Fabricantes: Grupo Basica, Industrias Imar
Descrição enviada pela equipe de projeto. Inaugurado recentemente, o Centro de Excelência em Competitividade e Empreendimento da Universidade Cetys, campus Mexicali, ergue-se como sede emblemática de uma instituição histórica para fomentar uma cultura de aprendizagem e compromisso social no estado de Baja California, México. Concebido com o desejo de criar uma pós-graduação focada na conectividade social e acadêmica, o objetivo do projeto se apresenta em um desafio duplo: a materialização de um edifício que funciona como espaço público mas que, com o tempo, é mantido íntegro desde a ótica de uma sensibilidade ecologicamente sustentável.
Desafiado por um clima desértico e pelas ameaças naturais de uma zona sísmica ativa, seu desenho encara e concentra diversos -e em ocasiões, contraditórios - fatores condicionantes.
Localizado na falha de San Andrés, o edifício é alçado como um volume fortificado contra abalos sísmicos e altas temperaturas. Um acoplamento entre muros e topografia envolve os limites sul e oeste, oferecendo proteção da radiação solar aos interiores, enquanto no seu lado norte, a estrutura e a paisagem se abrem para conectarem-se com a área do campus universitário. Os espessos muros exteriores alojam diversas camadas de proteção térmica, como a estrutura antissísmica. Além disso, há uma malha de alumínio expandido, afastada do muro exterior, recobrindo o edifício e criando uma fachada auto-ventilada que reduz os ganhos térmicos nos interiores e favorece a circulação de ar.
A organização interna do Centro está baseada na interação de espaços articulados em uma composição estratégica conformada por áreas tanto públicas quanto privadas que servem, por sua vez, como um sistema passivo de ventilação. Uma área confinada, composta por salas de aula, escritórios e salas de estudo, conecta-se com outra aberta e pública, conformada por uma série de áreas sociais que potencializam um intercambio visual dinâmico. O deslocamento pelo edifício é organizado de forma ascendente e contínua a fim de facilitar tanto o movimento pedonal quanto a ventilação do imóvel. O átrio interior, por sua vez, é um espaço de socialização que conforma também o maior dos centros térmicos que coletam e expulsam o ar quente através de um sistema de chaminés solares colocadas sobre as diferentes escadas e espaços de várias alturas da construção.
As áreas privadas do Centro, mesmo resguardadas, se relacionam com os espaços públicos e campus através de uma série de cubos e incisões que revelam os interiores do edifício nos seus diferentes ângulos e que emolduram vistas tanto para o dentro quanto para fora. Como pedras lançadas na água, estes cubos perfuram, expandem e revelam os muros sólidos do interior: acolhem espaços densos e protegidos para leitura e reunião, isolados do barulho dos espaços sociais mas visualmente abertos para permitir a filtração de luz natural e indireta, ao mesmo tempo em que oferecem variadas vistas ao exterior. Embora a espessura conceitual do edifício nasce da sua necessidade de proteção contra a radiação solar, estas pausas espaciais criam um contraponto que oferece uma sensação de transparência sem exposição excessiva, ao criar conexões térmicas e visuais de diversas índoles.
Por meio da integração de estratégias passivas de acondicionamento com o desenho dos espaços interiores, reduzindo 50% a demanda energética do edifício, em comparação com projetos de tamanho similar em construções convencionais.
Em síntese, o novo Centro de Estudos de Pós-graduação se oferece como uma extensão dos valores e critério social da universidade, assim como um exemplo para o desenvolvimento de uma arquitetura energeticamente sensata para as regiões áridas da Baja Califórnia.
